Quanto dar de mesada para as crianças?
Escrito por: Equipe Organizze - Publicado em: 30/10/2017

Até os cinco anos de idade a criança ainda não tem muita noção sobre o que precisa fazer para adquirir o que deseja. Mas acima dessa idade ela já começa a ter consciência do que quer comprar, qual passeio quer fazer, o que quer comer e sabe que isso tem um custo financeiro. Nesse momento é a hora certa de começar a falar de dinheiro com seu filho, através da mesada.
Sem cálculos e ou grandes empreendimentos, o ato de combinar um valor mensal para seu filho pagar seus gastos e aprender a controlá-lo faz com que ele comece a dar um valor saudável ao dinheiro e a economizar desde cedo. Aprende também a entender com os limites e a consumir com mais sabedoria.
Porque a educação financeira deve começar desde cedo?
Pode parecer frustrante para uma criança de 8 anos precisar economizar e aguardar até ter todo o dinheiro necessário para fazer uma aquisição desejada, mas ela dificilmente entrará em dívidas impulsivas quando se tornar adulta. A tendência é que ela aprenda a esperar, poupar e a ter paciência para atingir seus objetivos.
Alguns pais têm receio de iniciar os filhos muito cedo em algo tão comum a vida adulta quanto economizar, negociar e pagar. Mas a verdade é que lidar de forma saudável com o dinheiro começa desde muito cedo, sem o peso das responsabilidades reais que um adulto precisa ter.
Os índices de famílias endividadas comprovam a dificuldade em lidar com o dinheiro e de controlar suas contas. Mesmo que sejam os mais diversos motivos que provoquem essa situação tão crítica, há fatores comuns como dificuldade em lidar com as despesas, não saber guardar dinheiro e muito menos planejar seriamente o futuro financeiro da família.
E é quase unanime que crianças vindas dessas famílias reproduzam o mesmo problema. Afinal, cresceram sem saber planejar, guardar ou organizar a vida financeira, mesclando momentos ocasionais de fartura financeira seguida de grande dificuldade e dívidas. Só a vontade de mudar é que pode ensinar as crianças a ter um pensamento mais saudável sobre dinheiro e ainda reeducar os pais na busca por informá-las.
A importância da mesada
A mesada é um valor fixo determinado pelos pais, para que seus filhos possam receber todo determinado dia do mês. Esse valor pode cobrir apenas miudezas como lanches e gibis ou englobar também compra de roupas, brinquedos e passeios. Tudo depende da idade e da maturidade da criança, que vai reagir com o dinheiro gradualmente.
Para que mantenha um fundamento educativo ela não deve ser vista como um presente e sim como uma forma da criança adquirir seus desejos e aprender a economizar. Quando a criança entende que dinheiro não cresce em árvores e sua fonte é limitada, ela amplia sua visão sobre limites.
Quando ela entende que para obter algo que deseja vai precisar gastar sua mesada ou economizar por um tempo para conseguir comprar, a criança começará a desenvolver um sentimento crítico sobre o que vai adquirir. Ela questionará se vale a pena deixar de gastar seu dinheiro com outras coisas só para juntar e ter aquilo que deseja, assim como também se o valor é alto demais ou se encaixa no que se propõe.
Não é preciso aulas para que ela comece a perceber isso, a prática das compras, negociações e economias já vão mostrar os vários caminhos a seguir e suas consequências. Mas o importante é não exigir demais do filho, porque o processo de aprendizagem tem um tempo para ser efetivado, exigindo muita paciência para a repetição e informação.
Qual a idade certa para começar a aprender?
Uma criança com três anos já começa a entender que o dinheiro é a chave para se adquirir as coisas legais que deseja. Mas nessa idade ela ainda é muito nova para saber lidar com ele, sendo apenas ludicamente informada sobre a função do dinheiro na vida de todos.
Até uns seis anos ela pode receber uma quantia eventual e sem periodicidade, onde pode se familiarizar com o dinheiro ao efetuar pequenas compras como pagar um doce. Ela pode até mesmo ter uma carteira para guardar essas quantias, onde exercerá uma postura mista entre realidade e brincadeira.
Entre os seis e sete anos ela já consegue começar a receber um pequeno valor por um período curto de tempo, onde poderá guardar em sua carteira e administrar com o que irá gastá-lo. Já dos oito aos onze anos ela tem discernimento de valores e consegue controlar o dinheiro recebido, inclusive economizando para obter algo mais caro.
A partir dos doze anos ela já tem consciência do dinheiro, da necessidade de mantê-lo por um período mais longo economizando e até mesmo poupando para conseguir conquistar objetivos maiores.
A periodicidade depende da maturidade da criança, mas o mais indicado é que até os cinco anos ela seja eventual, dos seis até os oito semanal, de nove a onze quinzenal e acima de doze mensal.
Nem tudo deve ser de responsabilidade da criança. Os pais sempre devem arcar com as mensalidades escolares, gastos com saúde, alimentação e transporte. As crianças cabem gastos com guloseimas e lanches, diversão como games, cinemas e gibis, indo para roupas e calçados para crianças maiores e já com maior habilidade com o dinheiro.
O valor da mesada depende muito da condição financeira dos pais e uma criança não precisa ter o mesmo valor do seu colega de escola. Para fazer uma conta justa é só fazer um cálculo de gastos de acordo com a idade da criança e o que ela consome moderadamente, além da periodicidade de que a mesada será oferecida.
Mas é importante deixar bem claro aos filhos o que a mesada cobre, deixando para eles a responsabilidade sobre o que for estipulado. Caso gastem todo o valor assim que receberem, também é fundamental que não comecem a receber dinheiro extra, para que possam aprender a lidar com os valores que ganham. Dessa forma também poderão aprender a gastar menos com supérfluos e a economizar com algo realmente desejado.