O consumo sem necessidade
Escrito por: Equipe Organizze - Publicado em: 15/08/2012

Qual o ponto de equilíbrio entre comprar e segurar os impulsos consumistas quando se pensa nos gastos individuais ou de um grupo famíliar?
Há muitas emoções envolvidas no consumo de um produto. Pode-se pensar que a necessidade deveria ser o principal motivador para iniciar o processo de consumo, mas essa é, atualmente, uma das menores forças impulsionadoras que atua nas pessoas quando o assunto é a aquisição de um bem de consumo durável.
Comprar um produto ou serviço não significa mais simplesmente suprir uma necessidade básica ou essencial ao grupo ou indivíduo beneficiado pelo valor gerado. A compra começa muito antes da vontade do consumidor. O consumo é arquitetado dentro de um escritório de publicidade, quando o criador de um produto pede ao publicitário para associar uma emoção a ser preenchida com a aquisição do seu produto ou serviço.
A partir da propaganda, que cria no consumidor a ideia de que precisa completar a sua existência com aquele produto, a vontade é gerada. Ao ver que muitas pessoas utilizam aquele produto, a vontade de adquiri-lo tende a aumentar. O ciclo do consumo se completa quando o consumidor percebe que há muitas alternativas para que ele possa comprar ainda que não tenha todo o dinheiro disponível para fazê-lo e crie mais uma despesa em suas contas a pagar.
Assim, a necessidade que deveria ser a guia fundamental e geradora do consumo, se torna apenas uma das possibilidades de causa para despertar o desejo maior da lógica capitalista. As demais variáveis que influenciam o consumo partem do objetivo exclusivo de lucro de uma parcela poderosa da sociedade que é composta por empresários e toda a cadeia capitalista.
Portanto, a percepção da lógica de funcionamento do capitalismo deve ser entendida por todos a partir do desenvolvimento de uma visão crítica da estrutura que mantém os empresários, e que, beneficia quase que exclusivamente as grandes empresas e a imensa rede que dá o suporte a toda essa máquina de fazer dinheiro e gerar um consumo desproposital.